quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CLIPE Mombaça - Paciência - Gravado na África do Sul

Clip da música Paciência gravado na África do Sul em 2001 com o compositor e intérprete Mombaça. O vídeo foi dirigido por Filó Filho e editado por Rogério Frotta (K Filmes). Na oportunidade o diretor e o artista integraram a delegação brasileira que participou na cidade de Durban da Conferência Mundial contra Racismo, Discrimonação racial, Xenofobia e Intolerância Correlata.


Cantor, compositor e violinista popular, MOMBAÇA interpreta e compõe um repertório versátil. Uma boa mistura de músicas românticas (MPB), com os ritmos afro-brasileiros. Seu trabalho é o resultado da fusão de sua experiência com as músicas sacra e popular, constantes nas suas letras e ritmos.

Mombaça é capricorniano, botafoguense e mangueirense de coração. Nascido e criado em Paciência, bairro da Zona Oeste do Rio de Janeiro, logo aos 5 anos de idade cantava na Igreja Batista frequentada por seus pais e os 6 irmãos, todos músicos.

Autodidata, logo cedo, Mombaça "arranhava" o acordeon do irmão mais velho, embora seu 1º instrumento tenha sido o cavaquinho, depois o bandolin e finalmente, o violão, que aprendeu sem método e sem mestre.

Cantou no côro principal da igreja (tenor), organizou e regeu o Côro Jovem da mesma, estudou canto no Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro e acomponhou artistas evangélicos.

Sua primeira experiência profissional foi com o Trio Centelha. Desfeito o grupo, Mombaça seguiu carreira solo.

Cantou na noite do Rio, participou de festivais, shows, discos, até gravar seu próprio disco solo, uma produção independente.

Martinho da Vila, como produtor fonográfico, foi o primeiro a gravar uma composição de Mombaça, nos discos que produziu para a ZFM Records. Trata-se do samba/bossa "Princesa Princesa", gravada pelo grupo "Musical Couer Sambá" .

Com dois álbuns independentes, o cantor e compositor Mombaça apresenta Afro memória+Pretinhosidade, lançado pela Biscoito Fino. No CD, que já havia sido editado por seu próprio selo, ele retoma músicas do segundo trabalho e inclui novidades que fazem a mesma ponte musical entre Brasil e África.

Flertando com a música desde os cinco anos de idade, Mombaça ficou mais conhecido como parceiro de Mart'nália em Pretinhosidade e Chega, sucessos dos badalados shows da cantora. No disco Mombaça aproveita para mostrar suas próprias versões para as músicas, cheias do mesmo balanço. Mas a amiga não fica de fora e divide com ele os vocais em Obnubliado.

Surpresa é a participação de Maria Hime em Denegrir. Maria apareceu, aos oito anos, cantando ao lado do pai Francis Hime em Lua de cetim, parceria dele com Olívia Hime. Quase 30 anos depois Maria Hime volta a cantar, primeiro solando em versão intimista voz e piano e depois entrando muito bem no balanço de Mombaça. O disco também traz a voz do cantor congolês Lokua Kanza e o piano de João Carlos Coutinho na emocionada Pra viver e morrer de amor.

Da vida na zona oeste carioca e da faculdade de História no início da década de 80 Mombaça traz a consciência social. Da vivência como músico de noite ganha o tom romântico. As temáticas navegam entre os dois assuntos que se esbarram. Mombaça canta por um mundo melhor na política Mandelas, mas segue romântico em Entre nós que - irresistível - cita Abdias do Nascimento, fundador de um importante movimento negro.

A bandeira negra também é levantada na ótima Na serra da nossa barriga, em que aproveita para homenagear um timaço de colegas que inclui desde Paulinho da Viola até Seu Jorge: "Todo mundo aí", garante. Em Reparação Mombaça fala sobre as desigualdades: "Os filhos da mãe África exigem reparação". Fechando o disco Afro-memória canta que "por debaixo da pele somos todos iguais".

A música de Mombaça tem um balanço próprio, muito calcado em violão e rico em percussão. Entre o samba e a black music, tem pitadas de reggae, ecos latinos e outras bossas mais. Mombaça tem uma química especial cheia de suingue. Essa mistura já o levou a cantar em lugares como Austrália, África do Sul, Estados Unidos, Botswana, Quênia e Tongo. No Brasil o compositor acaba de assinar uma parceria com Gilberto Gil e Ana Carolina, Torpedo, gravada pela cantora.

O lançamento de Afro memória+Pretinhosidade joga nova luz para a obra do compositor e para um cantor de personalidade e talento. O nome atrás dos créditos revela boas surpresas e brilho. Além dos sucessos e parceiros, Mombaça tem um trabalho que se sustenta com fôlego próprio.

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