sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

AfricaNatividade - Cheiro de Brasil - Baile no asfalto (Sandra de Sá / Mombaça)

Supersônicas

DNA caboverdiano por parte do avô materno, Manoel Silvestre David, Sandra de Sá celebra 30 anos de carreira no CD AfricaNatividade – Cheiro de Brasil ( U n i v e rsal), que coproduziu. Estimulada pela pesquisa genética da BBC, que calculou seu índice de africanidade, fez um disco autoral com (Mombaça, Zé Ricardo, Macau, Renata Arruda) ou sem parceiros, onde (re)processa o que chama de MPB (Música Preta Brasileira).

A descoberta de seu índice de africanidade (96,8%) foi decisiva para a escolha do tema do disco? Como chegou a esse número? –A africanidade esteve e está na minha vida o tempo todo.

Afinal, a África é muito forte na nossa cultura, junto com as demais influências, como a indígena. Como sempre digo: somos essa rica “mistureba”.

Já na infância, pelas ruas de Pilares, durante ensaios lá em casa com meus familiares, tudo isso já estava ali. Morando no subúrbio, circulando pelos bailes blacks, indo ora às igrejas ora aos terreiros, sempre vivi esta africanidade das mais diversas formas. Esse índice foi resultado da pesquisa genética da BBC, em 2007.

O disco tem mais ÁfricaBrasil do que soul/funk.

Por quê? – Esse disco é mais um passo dentro de mim do que eu tenho como MPB (Música Preta Brasileira). Tem essa mistura altamente brasuca: é soul, é funk, é samba, é rock, é blues, é xote, é Brasil! Tem um pouco do que absorvemos das Áfricas e colocamos do nosso jeito. É mais um passo de esclarecimento. O disco não se fecha em um conceito X ou Y, e sim, quer abrir as mentes, corações, almas...

geral! Que balanço faz destes 30 anos de carreira? A Música Preta Brasileira já conquistou seu merecido espaço? –Nestes quase 30, tenho certeza de que tudo valeu muito à pena, ser como sou. Agora me produzir, expressando toda a minha “observância” e tudo que absorvi aos poucos, vindo à tona. Estou muito feliz! Música Preta é o que o brasileiro faz, de alma, corpo, com muito suingue.

Sempre esteve aí por todos os lados, o que mais falta é a conscientização do que, de fato, já rola e muito. Espaço, ela ocupa sim, falta mesmo é maior percepção

Fonte: http://jbonline.terra.com.br/leiajb/2010/01/29/caderno_b/supersonicas.asp

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